O PARDAL E
O PÉ DE MASTRUZ
A
muito, muito tempo, havia um lugarejo, quase no meio do nada, neste lugar fazia
décadas que não tinha se quer dado um pingo de chuva, lá morava um senhor de
aproximadamente setenta anos, em uma palhocinha. Morava sozinho.
Como era uma região muito atingida pela seca,
água para o consumo era escassa... Encanada
nem em sonho!
Mas,
em uma distância de uns dois quilômetros, havia um córrego que possuía uma
pequena cacimba d’água que supria as necessidades do velho.
No
quintal da palhoça existia diversas ervas medicinais, também plantas
frutíferas, poucas, mas existia. E essas poucas ervas e plantas frutíferas que
ainda persistiam, já estavam todas morrendo de sede. Porém, no cantinho do
quintal, tinha um pé de mastruz e não tinha mais nem uma folha verde e seus
galhos estavam secos.
No
entanto, nessa região existiam diversos tipos de pássaros, inclusive pardais,
que sempre estavam visitando o velho em seu casebre. Os pardais, com suas
sinfonias no amanhecer, acordavam o ancião no alvorecer de cada dia.
...
Um certo dia, caminhando pelo terreiro, o senhor olha para o canto do quintal e
avista brotos no quase que falecido pé de mastruz. O senhor ficou surpreso, e
suspirou admiradamente.
E
pensa em voz alta:
-
Meu Deus! Como essa planta está brotando? Se as outras que resistem mais a seca
estão todas mortas?
E
apoiando em sua bengala, dirige-se para dentro da palhoça...
Dias
passavam, e o velhinho auto perguntava:
-
Meu Deus, como é que essa planta está ficando tão linda, enquanto as outras já
morreram?
E
em certa manhã, acordou com as sinfonias dos pardais e, levantando de sua cama,
e indo para o quintal vê o sol sair, ao sentar-se de frente ao sol nascente,
avistou uns seis pardais vindos da direção da cacimba. O velho ficara a
observar... Quando os pardais todos molhados aproximavam-se e pousavam-se nos
pés de mastruz e balanceavam-se todo para se enxugarem.
Mais
uma vez o velho se surpreendia com as respostas que o encontrou para alguma de
suas perguntas.
Esplêndido,
todos os dias o senhor levantava cedo para contemplar os gestos de amor,
irmandade, cooperação e carinho dos pardais. E dentre os dias de tamanhas
aspirações, que o velhinho ficara do batente de seu ilustre casebre olhando em
direção à planta que revivia com tanto vigor não viu pardais ao redor... Então
se aproximou da planta, orgulhoso pelo verde da vida que a reconstituía, mas,
quando avistou um dos pássaros enganchado entre os galhos da planta. Ele
pegou-o, e estava o pardal todo molhado e ferido. O velho murmurou:
-
Algum predador o feriu-
O
senhor ficou emocionado, com dó do pássaro. Decidiu cuida-lo.
-
como irei cuidá-lo, meu Deus, desse pequeno bichinho, bondoso, se todas as ervas
medicinais morreram? Perguntava-se o senhor.
Mas,
logo se deu conta que um toque divino havia irrigado uma das plantas.
O senhor foi logo tirando folhas do pé de
mastruz e preparando o remédio para salvar a ave. Em poucos dias a ave estava
curada... Assim, Continuou o seu progresso de vida junto aos seus companheiros
de espécie, irrigando boas plantas e espalhando as sementes até o fim de seus
dias.
Então
aquele senhor que cuidara do pássaro dias após dias, percebera que das mais
simples coisas da vida é que se encontram as respostas para muitas perguntas
que levantamos ao longo dos tempos.
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