sexta-feira, 10 de junho de 2016

CONTO

O PARDAL E O PÉ DE MASTRUZ

A muito, muito tempo, havia um lugarejo, quase no meio do nada, neste lugar fazia décadas que não tinha se quer dado um pingo de chuva, lá morava um senhor de aproximadamente setenta anos, em uma palhocinha. Morava sozinho.
 Como era uma região muito atingida pela seca, água para o consumo era escassa...  Encanada nem em sonho!
Mas, em uma distância de uns dois quilômetros, havia um córrego que possuía uma pequena cacimba d’água que supria as necessidades do velho.
No quintal da palhoça existia diversas ervas medicinais, também plantas frutíferas, poucas, mas existia. E essas poucas ervas e plantas frutíferas que ainda persistiam, já estavam todas morrendo de sede. Porém, no cantinho do quintal, tinha um pé de mastruz e não tinha mais nem uma folha verde e seus galhos estavam secos.
No entanto, nessa região existiam diversos tipos de pássaros, inclusive pardais, que sempre estavam visitando o velho em seu casebre. Os pardais, com suas sinfonias no amanhecer, acordavam o ancião no alvorecer de cada dia.
... Um certo dia, caminhando pelo terreiro, o senhor olha para o canto do quintal e avista brotos no quase que falecido pé de mastruz. O senhor ficou surpreso, e suspirou admiradamente.
E pensa em voz alta:
- Meu Deus! Como essa planta está brotando? Se as outras que resistem mais a seca estão todas mortas?
E apoiando em sua bengala, dirige-se para dentro da palhoça...
Dias passavam, e o velhinho auto perguntava:
- Meu Deus, como é que essa planta está ficando tão linda, enquanto as outras já morreram?
E em certa manhã, acordou com as sinfonias dos pardais e, levantando de sua cama, e indo para o quintal vê o sol sair, ao sentar-se de frente ao sol nascente, avistou uns seis pardais vindos da direção da cacimba. O velho ficara a observar... Quando os pardais todos molhados aproximavam-se e pousavam-se nos pés de mastruz e balanceavam-se todo para se enxugarem.
Mais uma vez o velho se surpreendia com as respostas que o encontrou para alguma de suas perguntas.
Esplêndido, todos os dias o senhor levantava cedo para contemplar os gestos de amor, irmandade, cooperação e carinho dos pardais. E dentre os dias de tamanhas aspirações, que o velhinho ficara do batente de seu ilustre casebre olhando em direção à planta que revivia com tanto vigor não viu pardais ao redor... Então se aproximou da planta, orgulhoso pelo verde da vida que a reconstituía, mas, quando avistou um dos pássaros enganchado entre os galhos da planta. Ele pegou-o, e estava o pardal todo molhado e ferido. O velho murmurou:
- Algum predador o feriu-
O senhor ficou emocionado, com dó do pássaro. Decidiu cuida-lo.
- como irei cuidá-lo, meu Deus, desse pequeno bichinho, bondoso, se todas as ervas medicinais morreram? Perguntava-se o senhor.
Mas, logo se deu conta que um toque divino havia irrigado uma das plantas.
 O senhor foi logo tirando folhas do pé de mastruz e preparando o remédio para salvar a ave. Em poucos dias a ave estava curada... Assim, Continuou o seu progresso de vida junto aos seus companheiros de espécie, irrigando boas plantas e espalhando as sementes até o fim de seus dias.
Então aquele senhor que cuidara do pássaro dias após dias, percebera que das mais simples coisas da vida é que se encontram as respostas para muitas perguntas que levantamos ao longo dos tempos.



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